I Mostra Fita de Cinema cumpre com seu papel
- Marketing Nativa
- 3 de jun.
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A primeira edição da Mostra Fita de Cinema – A Música nas Fitas de Rogério Sganzerla – que aconteceu em sua terra natal, Joaçaba, celebrou com sucesso a obra do cineasta catarinense que se tornou um dos maiores nomes do cinema marginal brasileiro.
O evento que aconteceu durante o mês de maio, no modelo híbrido, reuniu grandes estudiosos sobre Sganzerla, amigos como Antônio Carlos Pereira, o Bolinha e o irmão Albino Sganzerla Filho (o Albininho), além de pessoas da comunidade, estudantes e profissionais da área da comunicação.

A mostra teve a curadoria da jornalista e estudiosa Cristina De Marco. Cristina usou a música como elemento principal, toda a ligação de Sganzerla com o Samba e com a Música Popular Brasileira. “Sganzerla é um joaçabense reconhecido pelos cinéfilos do mundo todo, homenageado aqui e no exterior. Sua ligação com a música e com os artistas era imensa”, destacou ela. “A Mostra sem dúvida foi uma oportunidade singular para as pessoas conhecessem a relevância de Sganzerla para a cultura nacional. Durante quatro dias, foram exibidos filmes emblemáticos como o longa-metragem Tudo é Brasil (1998), os curtas Brasil (1981), Informação H.J. Koellreutter (2003), e o média Isto é Noel Rosa (1990)”, completou Cristina.

A Mostra iniciou com uma exibição de cinema no Parque Municipal Orestes Bonato, seguindo com Sessões Escolas em Joaçaba, Herval d´Oeste e Luzerna – direcionadas ao ensino médio e ainda, três noites de exibições no Teatro Alfredo Sigwalt, complementadas com debates que aprofundaram a técnica e o estilo irreverente do cineasta, bem como o menino e jovem que viveu em Joaçaba e desde cedo se aprofundou na arte. “Ele fazia um teatro aqui em casa e cobrava ingresso. O ingresso era uma folha de árvore, mas tinha todo um significado. Ele deveria ter 10 anos no máximo. Escreveu também nessa época seu primeiro livro de poesia. Todos sabíamos que ele ia ser artista”, comentou o irmão Albino.

Nas escolas, curiosidades sobre os filmes, a roupa do personagem de Noel que aparece mais 'bagunçada' a cada cena, a técnica de montagem dos filmes com colagem, que para eles em alguns momentos, parecessem mais com um clipe de músicas.

A Mostra Fita de Cinema foi aprovada pelo Prêmio Catarinense de Cinema – edição especial Lei Paulo Gustavo/2023 – e é uma iniciativa que fortalece a relação entre cinema, música e comunidade, criando pontes entre passado e presente.
"Nós fazemos questão de passar esses filmes nas escolas. O cinema tem um poder incrível de educar, de falar sobre assuntos que às vezes é difícil resumir numa simples fala. Ele é áudio e é visual, e com isso atraia a atenção dos estudantes. E claro, nós queremos também formar um novo público de cinema”, reforçou Cristina que já está inscrevendo a Mostra em outros projetos para que ela se expanda e leve os filmes e a relevância de Sgazerla para outros locais.

Legado: conteúdo e aprendizagem
Além da parte de divulgação da obra de Sgazenrla e da parte educacional com os alunos, a Mostra também proporcionou aprendizado, através de quatro oficinas gratuitas, sendo 3 delas online e uma presencial, que reuniram no total ( ) participantes.
Joel Guindani, mestre e doutor em Ciências da Comunicação e André Bersaghi, co-fundador da Saturno Filmes, apresentaram a “Estética Cinematográfica”, instigando os participantes a analisar filmes com um olhar mais crítico, sensível e propositivo. A curadora do evento Cristina de Marco mergulhou no universo provocador e inventivo de Rogério Sganzerla, cineasta símbolo do Cinema Marginal.O público conheceu, refletiu e debateu a estética, os temas e a irreverência das obras do autor que desafiou padrões e criou uma linguagem própria.

Clélia Mello e Eduardo Gonçalves Dias propuseram uma introdução à arte de refletir, escrever e conversar sobre cinema, através da “crítica”. Clélia Mello é professora de crítica cinematográfica no Curso de Cinema da UFSC e Eduardo Gonçalves Dias é graduado em Cinema e foi bolsista dos projetos de extensão Cine Paredão e Cineclube Rogério Sganzerla.
Já Luiz Felipe Soares, professor da UFSC ficou responsável pela oficina “Trilha Sonora para o Cinema”. Lembrando que a trilha sonora de um filme não é só pano de fundo: é tão importante quanto qualquer outro elemento cênico, tornando-se impossível separar a cena da música.





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