I Mostra Fita de Cinema recorda: Salas de Cinema e Produções Audiovisuais na Identidade Cultural de Joaçaba.
- Cristina de Marco

- 1 de abr.
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Atualizado: 8 de abr.
Moradores de longa data nas cidades de Joaçaba, Herval d´Oeste e região lembram muito bem, assim como a nova geração com familiares desta época, por certo já ouviram os relatos do quanto as salas de cinema se fizeram presentes no lazer, entretenimento e cultura dos cidadãos locais ao longo do tempo.
Memórias das projeções do “Seu Cid Saraiva” em pátio aberto em frente à prefeitura de Herval d´Oeste e a sala de cinema na proximidade da atual Receita Federal de Joaçaba, mais tarde o Mercadão Neri, hoje uma galeria comercial, remontam as origens das exibições de filmes nas cidades coirmãs, em tardes de domingos regadas às aventuras do Velho Oeste Americano ou as situações inusitadas do interior do Brasil nas aventuras de Mazzaropi nos anos de 1970.
Os anos de 1980 iniciaram um período fértil com lembranças inesquecíveis aos adeptos da sétima arte, com grandes produções e superlotações nas salas do Cine Vitória (atual Lojas Colombo/Igreja Universal) e o Cine Avenida (atual Lojas Leão) com seus mais de 700 lugares na época. Entre as recordações, quem não tem um familiar que conta com orgulho que “viu o ET no Cine Vitória e saiu com um bonequinho articulado do personagem?”, ou, que “sentou no chão do corredor no Cine Avenida com superlotação para ver Rocky IV e vibrou em pé, torcendo para o personagem como se estivessem em um evento de luta ao vivo?”. Tem ainda aqueles que dobraram a esquina na fila e ainda assim não conseguiram ingresso para entrar na primeira sessão de Titanic nos anos 1990, dando sentido local para a expressão “arrasa quarteirão”. Tudo isto entre tantas outras boas lembranças.
Nas recordações, ainda os momentos tristes, como o grande incêndio do Cine Vitória, que chocou os fãs da sala e se tornou um dos maiores da história da cidade e mais tarde, o fechamento do Cine Avenida, que deixou as famílias locais, órfãs de salas de projeções, depois de estarem presentes por décadas na vida das pessoas, permanecendo assim até a abertura do Cine Gracher somente na década de 2010, formando uma nova geração de cinéfilos e trazendo saudosismo para os adeptos de outras épocas.

Cultura Audiovisual
Paralelo a história das salas de projeções, as cidades coirmãs sempre foram celeiro de talentos na produção audiovisual, contando com emissoras de canais locais, sucursais de grandes redes de televisão e produtoras de conteúdo, seja para materiais institucionais de empresas ou entidades, comerciais de televisão, registros de casamentos e demais eventos e com o advento da internet, as constantes e criativas produções digitais para veiculação nas redes sociais. Este mercado formou dezenas de profissionais da fotografia, da filmagem, da direção, do roteiro e da edição.
Entre estes produtores, alguns trilharam o caminho da produção cinematográfica. Sem dúvida, no passado e presente, o maior expoente desta produção é o cineasta Rogério Sganzerla, que deixou sua marca no mercado cinematográfico brasileiro, sendo objeto de estudo até os dias atuais, desde seu famoso “Bandido da Luz Vermelha” no final da década de 1960, entre outros.
Mas outros nomes, inspirados no ícone Sganzerla, experimentaram a sensação de produzir, conquistaram destaque e continuaram mantendo viva a Cultura Audiovisual de Joaçaba e região.
Em 2005, há exatos 20 anos, o documentário “Memorial à Paz”, (direção Rodrigo Gomes, roteiro Alex Morais, direção de fotografia Ênio Brambatti), conquistou 1º lugar no Festival de Cinema de Minas Gerais e foi eleito Melhor Curta Metragem do ano no Brasil, entrando para lista dos principais guias do Cinema Nacional, em júri que contou, entre outros, com Rubens Ewald Filho, Lucélia Santos e Roberto Farias, personalidades do Cinema Nacional em suas respectivas áreas.

Audiovisual Joaçaba: Produções nos Anos 2020
E o destaque dos produtores locais continuou, com as seguintes obras e seus respectivos diretores/produtores:
PNAB 2024 - audiovisual - Pesquisa e formação (desenvolvimento de roteiro)
Ombu Produção (Gabi Bresola) - Tudo Preto
José Barancelli - Na Parada das Bandinhas
Jaqueline Santos Silveira - O Menino na Beira
Cristina De Marco - Memórias de Santa Helena
Edital de Fomento à Cultura Prefeitura de Joaçaba 2023
Cristina De Marco - Oficina de Cinema Brasileiro - Rogério Sganzerla
Prêmio Catarinense de Cinema - Edição Especial Lei Paulo Gustavo 2023 - Fundação Cultural de Santa Catarina - FCC
Pupilo - I Mostra Fita de Cinema - a música nas fitas de Rogério Sganzerla (4 a 7 de maio)
Lei Paulo Gustavo LPG Joaçaba 2024
Ombu Produções (Gabi) - Fiado só amanhã -
Direção: José Barancelli
OMBU PRODUÇÃO
PUPILO TV
Lei Paulo Gustavo LPG - Luzerna 2023
Darlene Vargas - O Moinho e o Panelão de Ouro: fragmento histórico de Luzerna.
A produção cinematográfica mais recente realizada em Joaçaba foi o filme “Elos 2; retaliação”, produzido pelos acadêmicos de Publicidade e Propaganda da Unoesc, lançado oficialmente em 16 de novembro de 2024 no Cine Gracher.
Em 2025, a I Mostra Fita de Cinema, celebra as músicas nas trilhas sonoras das obras de Rogério Sganzerla e dá continuidade à esta importante identidade cultural vivida há décadas em Joaçaba, Herval d´Oeste e região.






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