Rogério Sganzerla, o cinema em estado de invenção, ganha Mostra em Joaçaba
- Cristina de Marco

- 14 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: 29 de abr.
Entre os dias 4 e 7 de maio, Joaçaba (SC) será palco da I Mostra Fita – As Músicas nas Fitas de Rogério Sganzerla, uma celebração ao legado de um dos maiores inventores do cinema brasileiro. A programação gratuita reúne filmes, debates e oficinas formativas, e convida o público a mergulhar no universo sonoro e visual de Sganzerla.
A abertura no dia 4, às 19 horas, no Parque Municipal Orestes Bonato, tem um simbolismo especial: é o aniversário de Sganzerla, que completaria 79 anos. Nasceu em Joaçaba em 1946, e mesmo com uma carreira marcada pela ruptura e pela vanguarda, jamais deixou de carregar em sua obra a pulsação do interior catarinense.

Sganzerla eternizou seu nome com O Bandido da Luz Vermelha (1968), marco do cinema marginal, mas sua obra vai além. Filme como Tudo é Brasil é colagem sonora e visual, recheado de música popular brasileira, crítica social e uma estética de resistência.
A Mostra Fita, com a curadoria da jornalista Cristina De Marco, propõe revisitar esse cinema a partir da música que o atravessa: Noel Rosa, João Gilberto, Caetano Veloso, Cartola, entre outros, aparecem nas trilhas sonoras não como pano de fundo, mas como personagens narrativos — elementos que tensionam, comentam e provocam.
“A montagem é a pulsação do filme”, dizia Sganzerla. E por quatro dias, será também a pulsação da cidade.
Paulinho Kaluelê – O SAMBA QUE VEM DO CAVAQUINHO E DO CORAÇÃO
O show de abertura da Mostra Fita, no Parque Municipal de Joaçaba, traz ao palco o cantor e produtor Paulo Ricardo da Silva (Paulinho Kaluelê), de 47 anos, que começou sua trajetória musical ainda jovem, quando servia nos Dragões da Independência, em Brasília. Lá, aprendeu cavaquinho — e nunca mais parou.

Já cantou em todas as escolas de samba de Joaçaba e hoje é integrante da Unidos do Herval, além de liderar o Grupo Kaluelê, que combina cavaquinho, pandeiro, tantã, surdo e violão com samba de raiz e sonoridades brasileiras.
O repertório do show — reunido na playlist Amostra de Cinema no Spotify — traz clássicos que dialogam diretamente com o cinema de Sganzerla: “Com que roupa?” (Noel Rosa), “Chega de saudade” (João Gilberto), “O mundo é um moinho” (Cartola), “Desde que o samba é samba” (Caetano Veloso), entre outros.
Mais do que um show, será uma espécie de trilha ao vivo para o cinema em estado de invenção que a Mostra propõe.Rogério Sganzerla, o cinema em estado de invenção, ganha Mostra em Joaçaba




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